quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Simulacro Proibido

Blindado pelos amores de ontem
Sou anagenésico à inspiração de hoje
Vivo preso neste simulacro de dores
E nelas sinto todo o goelar do meu coração!

Esta bisseção não foi gerada convenientemente
Logo perdi para sempre os fragmentos da minha mente!
Agora vivo a fundear no mais obscuro da minha alma
Pelos dias que o teu fugente ser nunca mais irá recordar...

Paulo Ramos
26-12-08

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ao Amor e Ao Seu Fim!

"Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head
But she's touching his-chest
Now, he takes off her dress
Now, letting me go"

Só desejo que as paredes que me rodeiam esmaguem o meu pensamento! Parte-te alma, parte-te... antes que eu sinta o meu medo real, antes que o real seja real demais!
- Podes foder-te, meu caro, mais as tuas utopias de merda! São elas que te afundam! São elas que fazem de ti o fraco que és! Alimenta-as e vais alimentar a tua perdição!
Como pode ela dizer que o coração é meu se o corpo já passou pelo universo comigo aqui parado? Parte-me a alma maldito Deus! Mais vale não existires para todo este lixo que vive na minha mente ser atirado para o esquecimento comigo e com todos os meus antigos sonhos! Nunca desejei tanto esse pequeno esconderijo como hoje... esquecimento... esquecimento!
Quem mandou a humanidade misturar sexo com sentimentos? Quem nos obriga a ser tão parvos? Alguém pode responder-me?! Sou o imbecil do momento, condecorado com uma lucidez grande demais para a minha posição! Matem-me...
Como pode uma única mulher destruir o meu universo assim? É só uma mulher... foi só um amor... é apenas e só a maior dor que trago dentro de mim e a minha maior fraqueza... ela era o meu futuro...
- Não te quero amar mais... não quero...
Brindemos! Ao amor e ao seu fim!

Paulo Ramos
24-12-08

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Absinto!

- Boa noite. O que vai desejar monsieur?
- Certamente é, meu caro. Imploro-lhe um copo de fada verde! Só ele afastará os demónios da minha alma e todas as tragédias grotescas desta realidade! Por favor, trazei-me esse meu destilado opiáceo.
- Então deseja absinto... em homenagem a algum amor perdido?
- A todos aqueles que o tempo levou e a todos aqueles que levaram um pouco de mim com eles! Dizem que o álcool faz milagres em feridas. Vamos ver se consegue tirar a esta toda a sua infecção. A esta noite e a todos os copos que levantarei em honra de todas aquelas musas e sereias que me enfeitiçam de perdição! A todas elas, muita poesia e pouco sexo!
- Não será mais ao contrário, meu caro?
- Nunca! Ser platónico é viver para a escrita e sonhar com o físico sem perder a alma nele! É sonhar com anjos sem nunca ter aprendido a perdê-los! É o que dá fúria à juventude e todo o ímpeto à evolução. Deixo o sexo aos crentes... a mim só me resta a sombra da escrita e os tijolos do tempo...
- Mas é tão novo ainda...
- Se pensa isso de mim, então brindemos a isso! Talvez tenha algum motivo para festejar! Venha outra fada verde e outra e ainda outra! Talvez morra jovem e eterno numa orgia carnal demais para ser associada a qualquer tipo de sentimentos! Talvez morra como um deus, longe da minha dor... brindemos garçon! Brindemos...
- A uma vida melhor!
- E a uma morte em grande!

Paulo Ramos
22.12.08

sábado, 20 de dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Reino de Cães

Dissipa-te na vida meu grande amor! Nunca serás mais que história, que uma leve tragédia neste espectáculo de loucos! Sempre foste a minha pequena ilusão, o meu pequeno esconderijo exilado e a minha eternidade mais sagrada! Neste reino de cães costumavamos viver afastados das ideias que o tempo nos tentava trespassar... no final estou eu noutra dimensão e tu a desaparecer... como tantas outras o fizeram... não deixes que isso aconteça! Não deixes que o tempo nos parta!

Paulo Ramos
11.12.08

domingo, 7 de dezembro de 2008

Noções sem Noção

Este texto foi escrito há quase dois anos por mim no blog "Utopia Própria" que eu partilhava com o meu grande amigo Manuel Guedes. Estive a relê-lo e, no meu inconsciente, deduzi ser justo pô-lo aqui.

Noções Sem Noção

A pessoa que escreveu isto está embriagada e apaixonada...

Aqui tudo passa, mas a memória teima em parar tudo! Vi-te ontem e já não tenho a certeza se te vi realmente. Todos os meus sonhos estavam nos teus olhos e eu tenho medo que aos meus olhos tu sejas apenas o meu maior sonho. Este texto é feito de repetições desnecessárias, tal como a minha vida era antes de te conhecer, mas agora, sabendo que não posso ler tudo o que me dizes mais que uma vez as saudades apertam... e tu onde estás?
Já não tenho a certeza se te tenho ou se me perco na ilusão de te ter. Cresci muito aqui em Coimbra... até demais! Para mim o mundo já foi um atalho... porque fui eu agora pelo caminho mais complicado? Deduzo que não seja preciso mais álcool para o saber... a razão deve estar em ti.
Pois razão... eu tenho mil razões de ser e cada uma delas tem mil seres de razões! Sou um objecto organicamente vivo e psicologicamente caótico... mas isso não me impede de saber que gosto de ti. E o tempo passa... e tu ficas...
Era tudo tão complexo... agora estou aqui simplesmente a perder a conta dos copos que bebo... que complexidade é que isto terá? Se não te perco agora perco-te mais tarde... é inevitável! Não percebo porque quero insistir nesta loucura pandórica... mas persisto como se valesse a pena.

"Só mais um copo por favor..."

O empregado já me pos na rua... já devo estar a beber demais... isto devia preocupar-me? Neste momento não o faz! Há várias formas de suicídio... eu escolhi a minha... uma mistura de álcool e paixão e uma visão que nunca poderei alcançar mais.

" Tenho de me conseguir levantar..."

Não quero que me vejas... nem eu mesmo me quero ver agora! As ruas parecem ter a noite pousada nelas... já estou a beber demasiado... estou? Não interessa também. Quer eu me deite sóbrio, quer eu me deite embriagado amanhã não acordo ao teu lado! Estou a desesperar... porque sei o que sinto por ti... e as saudades de ontem apertam hoje e vão apertar amanhã... é justo? Não há justiça no que sentimos...

A pessoa embriagada e apaixonada sou eu...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Ouroboros

Hoje serei o teu alquimista, meu eterno ouroboros! Serás feito de todas as magias que o mundo pode pronunciar e eu verei em ti o fim da minha vida e o renascer desta mesma neste exacto momento!
Meu eterno retorno, porque tens sempre que acabar? És a minha perpétua estagnação num estado mental fechado numa eterna evolução de actos! Tu passas e voltas, mas a volta não sendo a mesma já também tu não estarás a ser a mesma! Serás sempre quem nunca chegaste a parar para ser!

Ao meu eterno ouroboros... o amor! Ensinaste-me que a vida é feita de imensas eternidades até morrermos!

Paulo Ramos
06.12.08

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cadeiras




Um vácuo só é gerado quando é criado um espaço para ele. Com a saudade acontece exactamente o mesmo. Ninguém é dono de si a partir do momento em que vive com os outros. É uma condição social que dá mais sabor à nossa vida, mas que nos mata de forma tão impiedosa como injusta.
Este é o nosso pacto com o diabo, a nossa doença mais imortal, a nossa morte mais banal! Por isso não se esqueçam: se um dia formos completados por alguém é porque nunca mais voltaremos a ser completos na vida!

O jogo da cadeira parece-me mais real que nunca... o pior é que serei o último a sair...

sábado, 22 de novembro de 2008

Prosas de um Idealista Persistente

"Behind this mask there is an idea... and ideas are bulletproof!"

Máscaras de carne nunca foram o meu forte, por isso tentem ver a minha alma! Todos os pequenos brilhos dela e todas as suas intenções mais obscuras são parte de mim e fazem-me o que realmente sou neste exacto e egocêntrico. Não procurem maldade nela, porque a minha pobre mente mundana, tal como a vossa, está para lá do bem e do mal.
Mas eu mantenho a minha ideia! Aquela coisa que a falta de crença tenta apagar, um mundo melhor apenas por ser justo! Luto por mim e por ti, por ti e ainda por ti! Confrontem-me com lógicas bem argumentadas, mas não tentem lutar contra tudo o que defendo, pois se o fizerem vão lutar contra a vossa própria liberdade...
Esqueçam os dias de hoje, porque amanhã a minha mente pintou o mundo!
-in Livro dos Revolucionários

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Crónicas de um Aldrabão Merecido

Sou feito de todos os votos que o mundo tem para dar. Imoral, não... apenas impessoal e inteligente. A ignorância dos outros não é culpa minha: apenas é mais uma das minhas vantagens! Não me culpes, culpa-te a ti mesmo pelo teu tremendo erro. Fui mais um que deixaste passar, mais uma onda em muitas deste mar, mais alguns votos, mais... mais nada! Não passa muito mais depois disto, porque eu chego e fico lá a fazer de montanha perante mil ventos de desilusão... mas quem se desilude nunca sou eu...
Talvez um dia aprendas a abrir os olhos quando eu chegar perto de ti para te fazer pensar que és alguém especial!

- in Livro dos Tachistas

Crítica a algo bem claro neste mundo tão escuro.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fim

Presos pela vida caimos no abismo. Adeus minha doce luz... recordar-te-ei na minha eterna escuridão.

Paulo Ramos
18.11.08

domingo, 16 de novembro de 2008

Imortal, Imortal!

O Sol foi quebrado pelas nossas sombras. Desapareceram os fotões que não nos integram em mais do que uma história igual a tantas outras que um mar de fins conta. Não passamos dessas gotas que deixaste escorrer por entre os dedos do tempo. Então porque me mataste no meu próprio sonho efémero... nem esperaste que ele morresse antes! Sacrificaste um amor com uma doença tão vulgar como a distância e acabaste por banalizá-lo no poço das memórias juntamente com tantos outros que se podem enumerar. Tu foste imortal na minha queda, mas eu sempre acreditei que as tuas asas contrariavam a gravidade das nossas dores.
A ti, minha eterna e efémera história de amor: o relógio que contou o nosso tempo já parou, mas eu, pobre estúpido, ainda respiro!

Paulo Ramos
17.11.08

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Clepsidra

Prende-se a tarde aos nossos beijos enquanto o Sol foge de nós perante um público escondido de estrelas. Não me deixes se não queres que o dia acabe, pois, depois disso, só ficará a noite no orvalho das lágrimas de uma manhã passada por entre os dedos. Tu controlas o tempo e esta clepsidra é tua! A sua essência transcende a origem do mundo, mas só conta os segundos desde que começamos a vê-los passar juntos. Não a deixes cair, pois a gravidade de um fim acaba com mais do que a nossa dor... acaba com os mil sonhos que duas mentes unidas podem criar.
Estas asas de vidro que seguram o nosso dia aumentam a luminosidade do Sol. Segura-as comigo para podermos voar com os pés no chão.
Meu pequeno coração inquieto fica comigo a contar o tempo. Não há estática mais bela que esta para mim...

Paulo Ramos
05.10.08

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Monstro

Dizem que o teu olhar guardou o Sol. É insensato pensar que é verdade, eu sei! No entanto, quando me observas, eu sinto que queimas a minha alma com todos os teus fotões perdidos e, de uma forma ou de outra, cegas-me a visão mais justa que eu possa ter. Já sangrei muito pelos teus medos... nunca deixaste de derramar o meu sangue com lágrimas tuas. Por tua causa já não sou humano... obrigaste-me a ser deus... tornei-me um monstro...


Paulo Ramos
24.10.08

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ao Mar e ao Sol

O tempo é feito de pequenos traços de distâncias e atracções. Não faz muito sentido ficarmos fechados e parados num mundo sem sabermos como ele funciona. A estática é estranha demais para um mortal a controlar. Tudo em nós é cinética... no mais profundo dos nossos silêncios. E é nesse pequeno e alegórico universo que queremos chegar longe. Acreditamos que só assim poderemos ficar parados no tempo, recordados para todo o sempre sem sermos alvos do esquecimento que nos assombra.
Bem, isto também já deixa de ser humano. A sociedade de hoje em dia preocupa-se mais em ser afectada pela gravidade e, numa loucura imprópria para vivos, obliteram a ambição.
Há algumas pequenas aves que ainda sabem voar no meio deste mar de sal... e que acreditam que ainda vão ver terra antes que a força nas asas acabe. É delas que é feito o verdadeiro mundo. Os outros são só objectos cinéticos com uma mente estática e morta à nascença.
Ao Mar e ao Sol: estas asas que nós temos são fruto de muitos voos e de muitas quedas. Podemos cair um dia, mas iremos erguer-nos outra vez. Um dia seremos nós o mar e o Sol.

Paulo Ramos
01-10-08

domingo, 31 de agosto de 2008

Carvão

Se ela soubesse que todos os trapos que ela vê agora foram outrora tecidos preciosos que revestiam os nossos sonhos e que todas as nuvens que ela vê são lágrimas que deixei partir para os céus, local que nunca poderia alcançar - algo em comum com ela. Se eu soubesse funcionar com ela e não comigo talvez fosse perfeito, mas ambos somos criaturas mais metafísicas que humanas... ambos acreditamos que a pedra filosofal reside apenas num de nós.
Esta mulher de carvão que eu desenhei tão depressa é chama intensa como se torna cinzas dissipadas no tempo. Só no meu coração se mantem a força... o resto foi levado pelo vento da mudança.

Paulo Ramos
31.08.08

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sintra











Nos enigmas sentimentais de Sintra: uma viagem que as máscaras do tempo guardaram.

Paulo Ramos
29.08.08

Manel Cruz - Nunca Parto Inteiramente





Ouçam por favor.

29.08.08

Egocêntrismo

Na sua loucura viu o mundo a afundar-se em seu redor e só ele ficou no meio de um nada infinito e eterno. Pior que o nosso fim é o fim de tudo o que nos rodeia. Uma existência num limbo nunca será mais que uma existência desperdiçada. Por isso é que precisamos sempre de alguém para dar sentido à nossa vida, ao nosso ego. Ser egocêntrico é puramente natural - quem disser o contrário ainda será mais egocêntrico que todos os outros. Sermos auto-centrados faz com que tenhamos a noção da nossa existência, tendo em conta que a existência dos outros nos vai despertar também ( para o bem e para o mal) de um buraco negro avassalador do nosso ego. Os outros são as agulhas que evitam a implosão da bolha que nós somos, causando sucessivas explosões nela. Cada vez que uma dessas explosões acontece, nós abrimos as portas do nosso mundo e misturamo-nos com o mundo dos outros.
Por isso qualquer egocêntrico precisa de uma alma gémea para alimentar o seu "eu" quer de uma forma contemplativa e atributiva ( através de elogios), quer de uma forma activa e complementar ( através de acções benevolentes que nos provoquem uma sensação de realização pessoal)... e quem disser o contrário apenas está a ser tão egocêntrico que ainda não deu conta que não vivemos uns sem os outros.

Somos todos indivíduos no meio de um mar devastador sem nada para nos ajudar. Para não nos afundarmos temos que saber nadar por nós mesmos... mas saber que há alguém ao nosso lado pronto a salvar-nos quando nos faltarem as forças é sempre bom.

Peço imensa desculpa por qualquer ideia labirintica que possam encontrar. Caso existam dúvidas, estou aberto a perguntas. Obrigado.


Paulo Ramos
29.08.08

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Asas

Sangue do meu sangue nunca o poderás ser
E tudo o que eu sempre quis que fosses nesta vida
Fecha-se num sonho que nunca poderá acontecer
Desde que toda esta doença se soube declarar perdida...

Então porque insistes em alimentar o tempo que falta
Para romper todas as crenças que o fim desta história finalizou
Se todos os meus sonhos vivem eternamente na torre mais alta
E o tempo avança e salta estúpido desde que o meu ego se afundou?

Perco-me nestes pântanos próprios da loucura humana
E percebo que esta é a minha casa, o meu abrigo, as minhas asas
Na dormência exigida a um paraíso de faculdade profana
Ou de um inferno preso a amores que mutilam quando o corpo não sente quem ama...

Estas asas pesam-me na consciência agora que preciso de viver
Incenerado longe da minha antiga crença e agora que o céu me fez chover...
O mundo via em ti apenas mais uma pessoa em tantas outras que se contam
Eu via nessa pessoa um mundo com um olhar onde universos se esgotam...

Mas todas as asas perdem a força perante a mortalidade...


Paulo Ramos
28.08.08

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Membros do Purgatório

Brindemos aos fios sociais que nos manipulam neste espectáculo do grotesco... seremos eternamente escravos esquecidos e idiotas à espera de subir socialmente para servos inteligentes. Brindemos como se o álcool que entornamos na mesa não fosse assim tão sagrado para a nossa alienação! Somos alienados e somos... que mal faz a nossa fétida alma navegar inconsciente neste purgatório esquecido pelo universo? Putrefactos! Somos uma mancha tão efémera que nenhum dos nossos sonhos se mantem na eternidade... e dependemos dos outros para ser recordados: dos outros que também vão ser esquecidos... dos outros alienados... dos outros idiotas que são controlados pelos seus medos e instintos, qual animal com intenção de ser racional. Não passa disso meus caros: intenção!

Paulo Ramos
15.08.08

domingo, 10 de agosto de 2008

Imortalidade

Tudo o que eu possa usar no mundo para cotejar à minha vida serve apenas de mero esboço mal desenhado de uma paisagem realista e intransmissível. Tenho a certeza que a uniformização de destinos ainda não é assim tão forte para os nossos caminhos não serem únicos, logo também hão-de perceber o que eu escrevi agora. Esta balança descontrolada, longe de ser uma relíquia de outro mundo, acaba por dar interesse à vida. Se analisarmos bem - e como tantas vezes em formato mais cliché se diz - é o mal que dá sabor ao bem! No entanto eu sou tão ambicioso que nem reparo no sabor que o benéfico ( numa análise autocentrado - maldita selecção natural!) me pode suscitar.
O problema defunto da carne... a imortalidade é tão ridícula e nós somos tão ridículos por pensar nela e tão rídiculos por viver sem pensar nela... acabamos por ser sempre ridículos... animais como os outros todos... só que com ideias de deuses. Doentes racionais e tristes passageiros... mais uma viagem entre alfa e ómega... o tempo é a nossa dinâmica agora... e um dia será a nossa morte.
Até lá que venham mil venenos e mais alguns dilúvios! Até lá eu não hei-de morrer... por isso até morrer serei imortal!

Paulo Ramos
11.08.08

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Satisfação: a prova de que a perfeição é subjectiva.

Paulo Ramos
04.08.08

sábado, 2 de agosto de 2008

Questões e Ilusões

Reduzidos! Tristes pereceres que nos confinam a toda a entidade da morte! Somos reduzidos numa vida que não podemos controlar... não podemos dissecar tudo em nós, logo porque acreditamos que podemos mudar o destino? Loucos! Nem sequer acreditamos no que dizemos! Sabemos que o erro vai ser sempre o mesmo, vezes e vezes sem conta e... acreditamos que nunca mais vamos acreditar outra vez que podemos transformar o mundo. O meu? O teu? O mundo de quem? De todos e de ninguém... todos o mudamos um pouco, mas ninguém controla essas mudanças... elas acontecem se tiverem que acontecer e não acontecem se assim tiver que ser...
Não pensar na vida é a solução certa... pensem noutras coisas com respostas mais óbvias às vossas questões!

Decomposição da alma com fortalecimento da mente... ler livros põe-me assim.

Paulo Ramos
02.08.08

quinta-feira, 31 de julho de 2008

O Céu ao Sonho

Esqueci-me do sono por me ter lembrado da escrita... mas nada é em vão, pois o relógio pára quando eu mando, mesmo que o tempo não o queira! Esta dança é minha, por muito ilusória que seja e por muito evasivo que eu esteja a ser! Deus deve o céu aos sonhadores, pois só eles arranjam ideias para alcançar as estrelas! Os outros são reduzidos demais para precisar desse prazer. Basta-lhes acreditar em publicidade e passar ao lado da realidade! Não é um insulto, mas uma afirmação... um inconsciente sofre de um cancro grande demais para ter cura... só vai ser mais um vulto, mais um número, mais um... e mais nada!
Logo tirem-me horas de sono em troca de criatividade! Passarão a ter mais horas para dormir e eu terei mais tempo para escrever. Talvez assim um dia Deus me dê o céu... e se ele não me der terei de o conquistar!

Paulo Ramos
01.08.08

Faible Destin

Les larmes qui se cache dans ton âme
Approches le soleil de sa pouvre fin...
Tout le destin que je gardais pour une femme
Termine les jours que je souvenirais pour rien...

Allors, triste planete, rest tout seul
Car personne n'habite ton orbite
Et tous les rêves que les autres veulent
Sont oublié plus le temps passe plus vite...

Maintenant c'est un jamais pour moi
Parce que je voi pas ou le regard voit
Et faible mon âme s'enva déchiré
Avec l'éternité que j'avais déjà révé...

Paulo Ramos
01.08.08

Medo

Flutuo neste limbo com medo do rumo que levo nas entranhas. Ninguém controla tudo aquilo que desejaria controlar... nem mesmo os próprios desejos. Somos tão irracionais ainda, enquanto seres racionais, que nos perdemos nos vícios e medos, deitando sonhos e projectos pela porta fora num ápice. Eu sou assim e qualquer um de vocês é assim! Ninguém foge ao derradeiro pecado capital... o medo!
Já nos perdemos demais... e vamos morrer incompletos com medo de ficarmos incompletos! O animal supostamente mais racional é o que mais se deixa afectar por um mecanismo instintivo e biologicamente opressor... irónico, não?

Paulo Ramos
01.08.08

Semi-deuses e semi-loucos

Pois claro! Sou uma fusão de acções em colapso à espera que as chamas do holocausto me venham refrescar as ideias. Talvez nisso seja mais idealista, logo menos mecânico, que todos os crânios que acreditam que, por estarem colados pela gravidade a esta esfera gigante, estão colados à realidade. Sou feito de pseudo-invenções, tal e qual um louco em fase de confronto físico com os seus amigos imaginários. De qualquer forma, todos nós temos relações amigáveis dessas... se virmos bem eu não usei o termo pessoas imaginárias. Todos nós já tivemos relações sociais com certos indíviduos, imaginando amizade, amor, dedicação em na alma deles perante o nosso ser quando na verdade esta realidade se veio a revelar apenas imaginária. Eu prefiro dedicar-me aos amigos que não preciso de imaginar como tal. Como tudo o que é real este deixa um rasto factual que dificilmente se contraria. Estes não desaparecem com o passar do tempo. Já não precisa de haver um fechar de portas... mas isto não interessa a meros mortais como todos nós somos! Pensar demais no propósito da vida faz com que o verdadeiro propósito - viver - seja esquecido!
Devem estar a pensar "que raio quer ele dizer com este texto?". Na verdade não procuro dizer nem definir nada. Apenas pintar um quadro público com palavras chega-me para satisfazer o meu ego e a minha presunção excessiva. A publicidade à minha doença mental é o primeiro passo para chegar a deus... o problema é que os outros vão ficar por dar. Vou morrer mortal... mas a efemeridade é sempre mais eterna que a eternidade...
Bem depois destes esquissos psicológicos não há nada a dizer que os mortais tenham tempo de perceber... é o problema que eu e certos amigos meus temos... somos imortais com corpo demasiadamente humano.
Por isso a estes semideuses que me acompanham... fazer e mudar mundos é uma arte que vocês compreendem.
Abraço.

Paulo Ramos
31.07.08

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Muralhas

Essas muralhas que cercaram o teu frágil coração
Fecharam o sabor ao mundo que eu pensava ter nas mãos
E todos os meus sonhos se perderam desde então
Na escuridão que degradou toda a minha imaginação...

Sou feito dessas labaredas diminutas que pintaram
Os esquissos de uma história fragmentada e agradável
Que tantas vezes os nossos lábios dormentes provaram
Num passado loucamente pronunciado no instável...

E todos esses pequenos pedaços de um grande nada
Contam uma história que só a nossa memória guarda
E que a eternidade terá tempo para aprender a dissipar
Agora que as tuas muralhas me souberam afastar...

Espero que um dia chova nesse teu refúgio
Para que o nosso amor volte a florescer...
Talvez um dia possas trepar as muralhas
Para vermos juntos o Sol nascer...


O presente pode ser dos deuses...
Mas o passado já eles nos deram...

Não nos podemos esquecer que os tijolos que construiram essa muralha vieram de fora....

Paulo Ramos
31.07.08

terça-feira, 29 de julho de 2008

Nos nós que ninguém fez
Confundem-se os cantos desta casa
E cansado como qualquer trabalhador
Trato de tudo o que me tortura o tempo
Nestas trincheiras que tanto travam
Todo o trabalho que tive para te ter....

Trago o teu toque no tecto do meu olhar
E observo as órbitas que ofusquei no teu ósculo
E de dádivas foi feito o meu dia
Dentro de todos os meus dons e melancolias...

Há sempre algo a amar...

Paulo Ramos 29.07.08

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Dedicatória

É aos meus segundos que dedico este dia...sem eles nunca estaria vivo para o fazer!
( Não vos contei a todos mas sabem quem são!)
Obrigado!

Paulo Ramos 28.07.08

Cidade dos Espelhos

Nesta cidade de espelhos partidos, onde outrora podiamos ver os passos que davamos nas estrelas sem tirar os pés do chão, vive agora um reflexo sem nexo de todos os sonhos quebrados e desfocados que guardamos debaixo da pele para nos lembrarmos que somos humanos. Mas já deixamos de o ser... perdemos os alicerces dos nossos pensamentos e vivemos presos aos venenos que nunca esquecemos por sermos fracos demais... e morremos no olhar de quem nos ouviu gritar por tudo o que nunca tivemos...
E esta cidade presa às luzes do passado só vive livre nos bocados que ninguém recolheu das poeiras do presente. A chuva que já todos sabem donde vem limpa o solo na esperança que a alma veja o mundo que certo dia - não muito distante - os nossos corpos souberam construir com um olhar...

Agora que já não vivemos no nosso sonho... podemos viver o nosso sonho separados! Cada um segue o seu caminho e nenhum espelho nos irá juntar outra vez...

Paulo Ramos 28.07.08