quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ao Mar e ao Sol

O tempo é feito de pequenos traços de distâncias e atracções. Não faz muito sentido ficarmos fechados e parados num mundo sem sabermos como ele funciona. A estática é estranha demais para um mortal a controlar. Tudo em nós é cinética... no mais profundo dos nossos silêncios. E é nesse pequeno e alegórico universo que queremos chegar longe. Acreditamos que só assim poderemos ficar parados no tempo, recordados para todo o sempre sem sermos alvos do esquecimento que nos assombra.
Bem, isto também já deixa de ser humano. A sociedade de hoje em dia preocupa-se mais em ser afectada pela gravidade e, numa loucura imprópria para vivos, obliteram a ambição.
Há algumas pequenas aves que ainda sabem voar no meio deste mar de sal... e que acreditam que ainda vão ver terra antes que a força nas asas acabe. É delas que é feito o verdadeiro mundo. Os outros são só objectos cinéticos com uma mente estática e morta à nascença.
Ao Mar e ao Sol: estas asas que nós temos são fruto de muitos voos e de muitas quedas. Podemos cair um dia, mas iremos erguer-nos outra vez. Um dia seremos nós o mar e o Sol.

Paulo Ramos
01-10-08