quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Escultores de Mundos

Este recipiente que guarda a minha vida esconde-se debaixo do fim do mundo! Conservado e esquecido por entre memórias e lógicas almofadadas onde só eu consegui acordar, vejo-o decompor-se pela eternidade dentro como se da efemeridade se tratasse. Mas não o é! Eu vejo isso em todas as minhas ideias parciais e patologias metafísicas! É este pequeno recipiente que arruina e constrói as minhas entranhas sem nunca me dar ouvidos - ouroboros hoje, ouroboros nunca.
Livre-arbítrio dizem eles... mentiras do destino para não nos vermos como seres despertados, limitados aos sentimentos. Estou preso aos pequenos beijos que me deram, aos abraços que perdi e aos impulsos que muitos já mataram... e no meio deles vou-me perdendo enquanto me vou ganhando.
É isto que faz com que não me reconheças amanhã... ou se já me conheceste ontem: que não me reconheças hoje! É a esse limite do infinito que devo tantas lágrimas e sorrisos... e se tiver que desaparecer outra vez, que o seja! Mas foi ele que me salvou a vida enquanto me ia matando.

Somos escultores de mundos enquanto temos o nosso mundo a ser esculpido por mortais!

Paulo Ramos
22.01.09