quarta-feira, 30 de julho de 2008

Muralhas

Essas muralhas que cercaram o teu frágil coração
Fecharam o sabor ao mundo que eu pensava ter nas mãos
E todos os meus sonhos se perderam desde então
Na escuridão que degradou toda a minha imaginação...

Sou feito dessas labaredas diminutas que pintaram
Os esquissos de uma história fragmentada e agradável
Que tantas vezes os nossos lábios dormentes provaram
Num passado loucamente pronunciado no instável...

E todos esses pequenos pedaços de um grande nada
Contam uma história que só a nossa memória guarda
E que a eternidade terá tempo para aprender a dissipar
Agora que as tuas muralhas me souberam afastar...

Espero que um dia chova nesse teu refúgio
Para que o nosso amor volte a florescer...
Talvez um dia possas trepar as muralhas
Para vermos juntos o Sol nascer...


O presente pode ser dos deuses...
Mas o passado já eles nos deram...

Não nos podemos esquecer que os tijolos que construiram essa muralha vieram de fora....

Paulo Ramos
31.07.08