domingo, 10 de agosto de 2008

Imortalidade

Tudo o que eu possa usar no mundo para cotejar à minha vida serve apenas de mero esboço mal desenhado de uma paisagem realista e intransmissível. Tenho a certeza que a uniformização de destinos ainda não é assim tão forte para os nossos caminhos não serem únicos, logo também hão-de perceber o que eu escrevi agora. Esta balança descontrolada, longe de ser uma relíquia de outro mundo, acaba por dar interesse à vida. Se analisarmos bem - e como tantas vezes em formato mais cliché se diz - é o mal que dá sabor ao bem! No entanto eu sou tão ambicioso que nem reparo no sabor que o benéfico ( numa análise autocentrado - maldita selecção natural!) me pode suscitar.
O problema defunto da carne... a imortalidade é tão ridícula e nós somos tão ridículos por pensar nela e tão rídiculos por viver sem pensar nela... acabamos por ser sempre ridículos... animais como os outros todos... só que com ideias de deuses. Doentes racionais e tristes passageiros... mais uma viagem entre alfa e ómega... o tempo é a nossa dinâmica agora... e um dia será a nossa morte.
Até lá que venham mil venenos e mais alguns dilúvios! Até lá eu não hei-de morrer... por isso até morrer serei imortal!

Paulo Ramos
11.08.08