segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cidade dos Espelhos

Nesta cidade de espelhos partidos, onde outrora podiamos ver os passos que davamos nas estrelas sem tirar os pés do chão, vive agora um reflexo sem nexo de todos os sonhos quebrados e desfocados que guardamos debaixo da pele para nos lembrarmos que somos humanos. Mas já deixamos de o ser... perdemos os alicerces dos nossos pensamentos e vivemos presos aos venenos que nunca esquecemos por sermos fracos demais... e morremos no olhar de quem nos ouviu gritar por tudo o que nunca tivemos...
E esta cidade presa às luzes do passado só vive livre nos bocados que ninguém recolheu das poeiras do presente. A chuva que já todos sabem donde vem limpa o solo na esperança que a alma veja o mundo que certo dia - não muito distante - os nossos corpos souberam construir com um olhar...

Agora que já não vivemos no nosso sonho... podemos viver o nosso sonho separados! Cada um segue o seu caminho e nenhum espelho nos irá juntar outra vez...

Paulo Ramos 28.07.08