quinta-feira, 31 de julho de 2008

O Céu ao Sonho

Esqueci-me do sono por me ter lembrado da escrita... mas nada é em vão, pois o relógio pára quando eu mando, mesmo que o tempo não o queira! Esta dança é minha, por muito ilusória que seja e por muito evasivo que eu esteja a ser! Deus deve o céu aos sonhadores, pois só eles arranjam ideias para alcançar as estrelas! Os outros são reduzidos demais para precisar desse prazer. Basta-lhes acreditar em publicidade e passar ao lado da realidade! Não é um insulto, mas uma afirmação... um inconsciente sofre de um cancro grande demais para ter cura... só vai ser mais um vulto, mais um número, mais um... e mais nada!
Logo tirem-me horas de sono em troca de criatividade! Passarão a ter mais horas para dormir e eu terei mais tempo para escrever. Talvez assim um dia Deus me dê o céu... e se ele não me der terei de o conquistar!

Paulo Ramos
01.08.08

Faible Destin

Les larmes qui se cache dans ton âme
Approches le soleil de sa pouvre fin...
Tout le destin que je gardais pour une femme
Termine les jours que je souvenirais pour rien...

Allors, triste planete, rest tout seul
Car personne n'habite ton orbite
Et tous les rêves que les autres veulent
Sont oublié plus le temps passe plus vite...

Maintenant c'est un jamais pour moi
Parce que je voi pas ou le regard voit
Et faible mon âme s'enva déchiré
Avec l'éternité que j'avais déjà révé...

Paulo Ramos
01.08.08

Medo

Flutuo neste limbo com medo do rumo que levo nas entranhas. Ninguém controla tudo aquilo que desejaria controlar... nem mesmo os próprios desejos. Somos tão irracionais ainda, enquanto seres racionais, que nos perdemos nos vícios e medos, deitando sonhos e projectos pela porta fora num ápice. Eu sou assim e qualquer um de vocês é assim! Ninguém foge ao derradeiro pecado capital... o medo!
Já nos perdemos demais... e vamos morrer incompletos com medo de ficarmos incompletos! O animal supostamente mais racional é o que mais se deixa afectar por um mecanismo instintivo e biologicamente opressor... irónico, não?

Paulo Ramos
01.08.08

Semi-deuses e semi-loucos

Pois claro! Sou uma fusão de acções em colapso à espera que as chamas do holocausto me venham refrescar as ideias. Talvez nisso seja mais idealista, logo menos mecânico, que todos os crânios que acreditam que, por estarem colados pela gravidade a esta esfera gigante, estão colados à realidade. Sou feito de pseudo-invenções, tal e qual um louco em fase de confronto físico com os seus amigos imaginários. De qualquer forma, todos nós temos relações amigáveis dessas... se virmos bem eu não usei o termo pessoas imaginárias. Todos nós já tivemos relações sociais com certos indíviduos, imaginando amizade, amor, dedicação em na alma deles perante o nosso ser quando na verdade esta realidade se veio a revelar apenas imaginária. Eu prefiro dedicar-me aos amigos que não preciso de imaginar como tal. Como tudo o que é real este deixa um rasto factual que dificilmente se contraria. Estes não desaparecem com o passar do tempo. Já não precisa de haver um fechar de portas... mas isto não interessa a meros mortais como todos nós somos! Pensar demais no propósito da vida faz com que o verdadeiro propósito - viver - seja esquecido!
Devem estar a pensar "que raio quer ele dizer com este texto?". Na verdade não procuro dizer nem definir nada. Apenas pintar um quadro público com palavras chega-me para satisfazer o meu ego e a minha presunção excessiva. A publicidade à minha doença mental é o primeiro passo para chegar a deus... o problema é que os outros vão ficar por dar. Vou morrer mortal... mas a efemeridade é sempre mais eterna que a eternidade...
Bem depois destes esquissos psicológicos não há nada a dizer que os mortais tenham tempo de perceber... é o problema que eu e certos amigos meus temos... somos imortais com corpo demasiadamente humano.
Por isso a estes semideuses que me acompanham... fazer e mudar mundos é uma arte que vocês compreendem.
Abraço.

Paulo Ramos
31.07.08

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Muralhas

Essas muralhas que cercaram o teu frágil coração
Fecharam o sabor ao mundo que eu pensava ter nas mãos
E todos os meus sonhos se perderam desde então
Na escuridão que degradou toda a minha imaginação...

Sou feito dessas labaredas diminutas que pintaram
Os esquissos de uma história fragmentada e agradável
Que tantas vezes os nossos lábios dormentes provaram
Num passado loucamente pronunciado no instável...

E todos esses pequenos pedaços de um grande nada
Contam uma história que só a nossa memória guarda
E que a eternidade terá tempo para aprender a dissipar
Agora que as tuas muralhas me souberam afastar...

Espero que um dia chova nesse teu refúgio
Para que o nosso amor volte a florescer...
Talvez um dia possas trepar as muralhas
Para vermos juntos o Sol nascer...


O presente pode ser dos deuses...
Mas o passado já eles nos deram...

Não nos podemos esquecer que os tijolos que construiram essa muralha vieram de fora....

Paulo Ramos
31.07.08

terça-feira, 29 de julho de 2008

Nos nós que ninguém fez
Confundem-se os cantos desta casa
E cansado como qualquer trabalhador
Trato de tudo o que me tortura o tempo
Nestas trincheiras que tanto travam
Todo o trabalho que tive para te ter....

Trago o teu toque no tecto do meu olhar
E observo as órbitas que ofusquei no teu ósculo
E de dádivas foi feito o meu dia
Dentro de todos os meus dons e melancolias...

Há sempre algo a amar...

Paulo Ramos 29.07.08

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Dedicatória

É aos meus segundos que dedico este dia...sem eles nunca estaria vivo para o fazer!
( Não vos contei a todos mas sabem quem são!)
Obrigado!

Paulo Ramos 28.07.08

Cidade dos Espelhos

Nesta cidade de espelhos partidos, onde outrora podiamos ver os passos que davamos nas estrelas sem tirar os pés do chão, vive agora um reflexo sem nexo de todos os sonhos quebrados e desfocados que guardamos debaixo da pele para nos lembrarmos que somos humanos. Mas já deixamos de o ser... perdemos os alicerces dos nossos pensamentos e vivemos presos aos venenos que nunca esquecemos por sermos fracos demais... e morremos no olhar de quem nos ouviu gritar por tudo o que nunca tivemos...
E esta cidade presa às luzes do passado só vive livre nos bocados que ninguém recolheu das poeiras do presente. A chuva que já todos sabem donde vem limpa o solo na esperança que a alma veja o mundo que certo dia - não muito distante - os nossos corpos souberam construir com um olhar...

Agora que já não vivemos no nosso sonho... podemos viver o nosso sonho separados! Cada um segue o seu caminho e nenhum espelho nos irá juntar outra vez...

Paulo Ramos 28.07.08