domingo, 7 de dezembro de 2008

Noções sem Noção

Este texto foi escrito há quase dois anos por mim no blog "Utopia Própria" que eu partilhava com o meu grande amigo Manuel Guedes. Estive a relê-lo e, no meu inconsciente, deduzi ser justo pô-lo aqui.

Noções Sem Noção

A pessoa que escreveu isto está embriagada e apaixonada...

Aqui tudo passa, mas a memória teima em parar tudo! Vi-te ontem e já não tenho a certeza se te vi realmente. Todos os meus sonhos estavam nos teus olhos e eu tenho medo que aos meus olhos tu sejas apenas o meu maior sonho. Este texto é feito de repetições desnecessárias, tal como a minha vida era antes de te conhecer, mas agora, sabendo que não posso ler tudo o que me dizes mais que uma vez as saudades apertam... e tu onde estás?
Já não tenho a certeza se te tenho ou se me perco na ilusão de te ter. Cresci muito aqui em Coimbra... até demais! Para mim o mundo já foi um atalho... porque fui eu agora pelo caminho mais complicado? Deduzo que não seja preciso mais álcool para o saber... a razão deve estar em ti.
Pois razão... eu tenho mil razões de ser e cada uma delas tem mil seres de razões! Sou um objecto organicamente vivo e psicologicamente caótico... mas isso não me impede de saber que gosto de ti. E o tempo passa... e tu ficas...
Era tudo tão complexo... agora estou aqui simplesmente a perder a conta dos copos que bebo... que complexidade é que isto terá? Se não te perco agora perco-te mais tarde... é inevitável! Não percebo porque quero insistir nesta loucura pandórica... mas persisto como se valesse a pena.

"Só mais um copo por favor..."

O empregado já me pos na rua... já devo estar a beber demais... isto devia preocupar-me? Neste momento não o faz! Há várias formas de suicídio... eu escolhi a minha... uma mistura de álcool e paixão e uma visão que nunca poderei alcançar mais.

" Tenho de me conseguir levantar..."

Não quero que me vejas... nem eu mesmo me quero ver agora! As ruas parecem ter a noite pousada nelas... já estou a beber demasiado... estou? Não interessa também. Quer eu me deite sóbrio, quer eu me deite embriagado amanhã não acordo ao teu lado! Estou a desesperar... porque sei o que sinto por ti... e as saudades de ontem apertam hoje e vão apertar amanhã... é justo? Não há justiça no que sentimos...

A pessoa embriagada e apaixonada sou eu...