domingo, 31 de agosto de 2008

Carvão

Se ela soubesse que todos os trapos que ela vê agora foram outrora tecidos preciosos que revestiam os nossos sonhos e que todas as nuvens que ela vê são lágrimas que deixei partir para os céus, local que nunca poderia alcançar - algo em comum com ela. Se eu soubesse funcionar com ela e não comigo talvez fosse perfeito, mas ambos somos criaturas mais metafísicas que humanas... ambos acreditamos que a pedra filosofal reside apenas num de nós.
Esta mulher de carvão que eu desenhei tão depressa é chama intensa como se torna cinzas dissipadas no tempo. Só no meu coração se mantem a força... o resto foi levado pelo vento da mudança.

Paulo Ramos
31.08.08