quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Brinde aos Parvos e Poetas

Estavamos nós indignados com o culto à falta de culto da sociedade. Vimos um filme mais antigo( mas não assim tanto) sobre um "bad boy" e as suas insanidades rebeldes perante uma vontade anarquista de ser feliz, enquanto nos entregavamos ao prazer de puxar vários cigarros do bolso na busca de acalmar a dor de vício. Entretanto ele encontrou um amor que o prendeu ao amor social através do amor pessoal, revela-se uma boa pessoa quando, na verdade, nunca foi má por querer viver! Nisto vai demasiado fumo para os pulmões e passamos a contemplar os nossos copos de vinho iluminados pelo reflexo da luz do televisor. Estavamos isolados do mundo, logo podiamos criticá-lo de mente aberta, até regressarmos um pouco mais ponderados à nossa vida anormalmente normal. Eu queria ser aquele rapaz e perder todos os meus sonhos por causa de um desejo fixo, pelo menos durante uma hora, alienando-me da crueldade de se ver pelo menos cinco amostras de sonho por ano tornarem-se utopia.
Estava contigo numa bela filosofia de vida, enquanto, ao estilo bon vivant, brindavamos à nossa própria perda de tempo, falando de assuntos que nem sequer conseguiriamos perceber totalmente. Tu podias ser mais que a minha boa conversa, mais que um diálogo ultrapassado de filosofias raras... mais que uma ideia, mais que uma amizade passageira...
Este vinho põe-me dormente da alma! Começo a ver amores em cada gota de expressividade de um rosto que não consigo definir...
A vida é feita de oportunidades perdidas? Um brinde a isso e a tudo o que perdeste ao ler o que eu pensei numa situação que nunca aconteceu...

Paulo Nogueira Ramos
23/12/09